segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ensaio aberto da Penélope Bloom

Hoje eu e Júlia fizemos um ensaio aberto da Penélope para um grupo de convidados. Tinha muita gente legal no público: o nosso assessor para assuntos literários e grande colaborador (Donaldo Schüler), o pessoal da equipe de criação (Leandro Maia e o Chico Macalão), nossas produtoras (Tânia Rebussi e Marlene Machado), a artista plástica convidada para ingressar no projeto (Paula Mastroberti), o professor orientador da Júlia e queridíssimo colega (Ramiro Silveira), pessoal do Depósito (Plínio Marcos Rodrigues, ViviFalkembach e Joyce Colin), o super fotógrafo (Kiran), a cooperativa de filmagem (Gustavo e Têmis)
A atividade começou comum café da manhã. Só eu não comi nem tomei nada. E fiquei em empanturrada assim mesmo. Coisas de quem está colocando a cara pra bater. Mas a idéia do café foi ótima, pois as pessoas envolvidas no trabalho puderam se conhecer e conversar todas ao mesmo tempo.
A mostra também foi legal. Gravamos tudo e vamos mandar pro Bejarano e pra Vicky. Seguem então os apontamentos que fiz, no meu caderno Molly, durante a conversa pós apresentação. Observações e reflexões importantes, provocadas principalmente pelo Donaldo, e que mexem com nossa concepção do espetáculo. O bom é que está em tempo de mexer em muita coisa.

A estrutura do livro Ulisses é geocêntrica. Molly é a Terra e Leopold é o Sol que gira em torno dela. Tudo gira em torno de Molly, ela é o centro do Universo.

Ela diz SIM à vida!!
É a VITÓRIA às perdas.

Molly não é louca, mas pode representar a LOUCURA DE VIDA, de afirmação!!
No mundo dos homens ela é LOUCA

Se Molly é a própria Terra, a afirmação da própria Loucura pode ser a afirmação do feminino no mundo masculino.

Molly é solta no mundo
Deve vencer as paredes – o contrário das 4 paredes do Sartre
Uma idéia que surgiu foi a de projetar imagens da cidade na parede
Mas a idéia da porta com rodas que anda pelo cenário é ótima, pois a Molly sai! Ela não está presa

Carnaval: transfiguração contínua – a fantasia vira realidade. “Não existe pecado do lado de baixo do Ecuador”.
Sim, sim, sim!!! Sim à união com Poldy, sim ao sexo, sem culpa

Poldy, durante todo o tempo está dormindo ao lado dela. Ele já chegou em casa.
E a hipótese surgiu:
Ela não é amante de Boylan, é tudo imaginação do Poldy.