domingo, 23 de junho de 2013

Flor, no Festival Dançapontocom

Programação completa do Festival no link 


Dia 27
“Flor”, performance de Thais Petzhold
Entrada Principal | 18h

“Flor” é uma obra de grande delicadeza, realizada em tempo expandido (mais lento), com música instrumental de extrema qualidade, habitando locais urbanos com grande movimento de pedestres. Esta performance coreografada pela bailarina e coreógrafa Thaís Petzhold e musicada pelo violoncelista Celau Moreyra, tem como proposta levar os artistas Thaís e Celau, que compõem a “célula fixa”, para dialogarem com diferentes artistas, culturas e paisagens urbanas do Brasil. Para isso, artistas locais (residentes de cada estado escolhido) foram convidados para integrar a coreografia e música já existentes, criando um novo diálogo estético em cada cidade. “É a delicadeza da vida que brota a todo instante, sob nossos pés apressados, nosso olhar limitado, nossa mente congestionada. Um sutil chamado para a simplicidade das coisas essenciais que mantém o ciclo da vida (nascimento/morte) e que não percebemos com constância” (Thaís Petzhold)

Ficha Técnica
Concepção, Direção geral e bailarina: Thais Petzhold
Músico: Celau Moreyra
Bailarina convidada: Maria Falkembach
Figurinos: Antônio Rabadan

Dança Fora de Si, em Pelotas


De uma canção no "Dança Fora de Si"




Fotos de Camila Hein



Fotos de Marcel Ávila

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Projeto Flor - de Thais Petzhold


Um encontro público. Encontro entre duas artistas do corpo e dois músicos, que agem e reagem, num jogo afetivo, a partir de suas verdades, a partir dos seus saberes sobre seus movimentos e seus sons. O encontro é exposto a quem passar, parar e ver, escutar.

Como em todo encontro importante, nos preparamos. Dispomos, trazemos o melhor possível, o que temos de mais caro, mas o encontro se faz no encontro. Um estado de presença, no qual cada um se faz presente para o outro e no outro, porque o outro. Ação e reação, diálogo, improvisação, encontro.

Trazer materiais artísticos já desenvolvidos – e queridos – contribui com a consistência do jogo. Cada movimento, assim, carrega consigo os ”fantasmas” de outros processos criativos – as lutas da composição de formas de algum modo coerentes e significativas. E o jogo, a improvisação, geram a escuta, apuram a percepção e tornam público o mistério do processo de criação, o efêmero da emergência do novo, da configuração única possível em dado momento.

O encontro dá a ver as estratégias de composição e seus inúmeros elementos: desde as resoluções de organização corporal para não perder o equilíbrio em determinado movimento; as conformações dinâmicas de ocupação do espaço; as articulações com as mudanças de configurações dos corpos presentes (incluindo os corpos dos espectadores); até as respostas emotivas a partir da percepção do momento estético. Momentos que deixam de ser privilégio de quem cria.

O convite ao encontro partiu da Thaís. É ela que, estrangeira, se faz anfitriã. Ela que toma como íntimo o espaço público e acolhe seus convidados. Ela que dá lugar para a emergência da exposição dessa intimidade do encontro. Ela constrói espaço para o encontro, dá espaço a seus convivas. Espaço gestado em seu corpo, em seu movimento.

Há muito espaço no corpo da Thaís. Começa em suas articulações e se estende para suas relações. Seus movimentos produzem espaço e escuta. E assim permite que cada um de nós, nesse encontro, se perceba a si e ao outro. E permite que se perceba além: o asfalto e a flor, a flor nascendo apesar do medo, do tédio e do nojo.

Há produção de amizade neste encontro.





Fotos dos dias 13 e 14 de dezembro de 2012
Mais informações sobre o Projeto Flor no http://projetoflor.wordpress.com/