quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Bitch - Crítica de Consuelo Vallandro, Porto Alegre (RS), 30/01/2024

CADELA À BRASILEIRA, UM ESPETÁCULO PERFORMÁTICO SOBRE DEVORAR E SER DEVORADA.

Espetáculo de Pelotas desafia o tradicional, utilizando a corporeidade como matéria-prima para provocar o espectador.




terça-feira, 10 de outubro de 2023

PORTIFÓLIO do TATÁ e EQUIPE



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INSERVÍVEIS - mostra de processo

No dia 23/08/2023 o Grupo Tatá apresentou duas cenas do seu novo trabalho, dirigido por Maria Falkembach.

A apresentação foi parte da mostra artística do I Congresso de Projetos Unificados do Centro de Artes da UFPEL (UNIFICA).

Inservíveis busca revelar o processo de objetificação das pessoas que constitui os discursos machista, racista, etarista - que classifica como "tudo aquilo que não presta", o diferente. Para chegar a isso, a montagem faz um paralelo entre os objetos produzidos pela sociedade neo-capitalista (objetos com obsolescência programada) e as pessoas: as mulheres, idosos, artistas, professores, negros/as, pessoas com sexualidade não normativa, deficientes e pobres.

Buscamos afirmar a arte, a brincadeira e a educação


Buscamos afirmar a arte, a brincadeira e a educação como dimensões inúteis, porém fundamentais, da vida.

A obra e inspira nos processos burocráticos de desfazimento de bens inservíveis de instituições públicas e brinca com as metáforas que esses procedimentos nos permitem criar. Um memorando sobre encaminhamentos é transformado em canção estilo samba enredo que instala uma cena alegórica, em que pessoas e cadeiras são descartadas e se auto-descartam - numa coreografia no estilo comissão de frente de escola de samba.




Dois objetos são elementos trabalhados para construção de movimento e imagens cênicas: a cuia de chimarrão e a cadeira de praia.



Uma imagem recorrente no trabalho é a roda de chimarrão, gesto e ritual ancestral indígena que é parte do nosso cotidiano, ainda hoje. Entendemos que esse momento nos aproxima, cotidianamente, de traços do que Krenak afirma sobre a inutilidade da vida. Assim, o trabalho busca se demorar na construção da roda de chimarrão e as possíveis relações que ela denota.



Quem chega em Pelotas, logo começa a identificar as cadeiras de praia na frente das portas das casas, nas calçadas, na beira da Lagoa dos Patos, nas praças, em baixo de uma árvore, ou até mesmo na beira da avenida. As pessoas sentadas, às vezes em duplas, às vezes em grupo, às vezes sós, geralmente estão acompanhadas do chimarrão. Assim, a obra também faz referência a elementos marcantes na cultura cotidiana da cidade.

A preparação corporal é formada por diferentes práticas: yoga, capoeira, samba e brincadeiras. A prática de yoga evoca no corpo o desafio de “apenas parar” e entender as sensações que esse estado causa no corpo.



A ideia de explorar elementos do samba e da capoeira, remete ao Decreto nº 847de 1890 - Dos Vadios e Capoeiras”, que proibiu a prática de capoeira e criminalizava homens negros. Assumimos e invertemos o sentido do termo vadiagem, para exaltar os vadios e trazer, além da roda de chimarrão, a roda da capoeira. O samba no pé e o samba de salão ajuda a recordar a figura do malandro, que contrastava com a idealização de “homem trabalhador" da sua época.



A brincadeira, que contrasta com as ações e atitudes de uma vida adulta, propõe estado de jogo e uma atmosfera divertida para o trabalho.

A trilha sonora vem sendo criada no processo e é realizada ao vivo. Partimos de canções, ladainhas de capoeira e samba.

 





terça-feira, 4 de abril de 2023

Bitch - curta temporada na Sala Preta - Centro de Artes da UFPEL




BITCH é um solo criado por Alexandra Dias que parte da exploração da antropofagia no corpo. 

O solo é dançado por Maria Falkembach, evidenciando uma das características deste trabalho que é a possibilidade de transmissão e transformação. 






BITCH traz à cena um corpo que é aberto à incorporação do outro por meio da animação de todos os seus buracos como espaços de entrada e saída. BITCH é uma entidade mulher-canina, uma manobra antropofágica que busca reposicionar a palavra “cadela” como um termo que visa atingir mulheres de forma depreciativa, aproximando da antropofagia a estratégia de inversão e transformação de práticas autoritárias proposta pela teoria queer. 



A atriz-bailarina Maria Falkembach adiciona ao trabalho ao devorar a performance de uma porta-bandeira, questionando qual a bandeira que carregamos como mulheres na contemporaneidade. Hoje, carregar a bandeira do Brasil, e fazê-la passar por nossos buracos, é um modo de tornar essa bandeira parte do corpo. Bandeira essa que foi aviltada nos últimos anos, assim como nosso corpo de mulher, artista, professora.


Fotos: Josiane Franken
Temporada de 24/04 a 01/05 de 2023

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

BITCH - Pré-estreia, dia 21 de dezembro de 2022

    Concepção e direção de Alexandra Dias, com Maria Falkembach. 







Fotos: Jéssica Porciuncula

AXÊRO

Axêro estreou no Cine UFPEL no dia 24 de junho de 2022.

Curta dirigido por Maria Falkembach e protagonizado por Gessi Könzgen e Jão Cruz revê a história da cidade de Pelotas, sob a perspectiva de personagens negras e da cultura milenar africana

Trailer do filme




Fotos de Fabiano Gonçalves

Entrevista sobre o Axêro no Viração - Adufpel

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Diadorim - coreografia para música de Leandro Maia

Criei a coreografia Diadorim em 2016, quando estávamos na Inglaterra. Apresentamos no Transnational Creatives, uma mostra de arte na Bath Spa University:

Transnational Creatives mini festival at Bath Spa University

Três anos depois, no Brasil, a coreografia compôs o "Paisagens - Filme de Leandro Maia", disponível no Youtube:

Paisagens 

Já iniciamos rascunho de escrita sobre essa transcriação. Ainda no rascunho...








segunda-feira, 6 de setembro de 2021

Shirley & Deisê

Em 2020, vivendo em distanciamento social, Marina de Oliveira, Paulo Gaiger e eu, embarcamos na criação de uma websérie, pra dar vazão a um trabalho que havíamos iniciado em 2019. Convidamos colegas e alunas para entrar no projeto e realizamos 19 episódios divididos em 6 temporadas. 




Com classificação indicativa para 14 anos, fica a dica como material pedagógico divertido para o ensino médio.

Segue aqui o link do canal da série:

Canal da websérie Shirley & Deisê 

Uma websérie produzida por professores e estudantes do Centro de Artes da UFPel, a partir

da associação de projetos de pesquisa e extensão dos cursos de teatro, dança, cinema e música.


A série é produzida à distância, com ensaios feitos pelas plataformas de reuniões e encontros 

e cada capítulo é gravado em celulares. 

Lançamento de um novo episódio toda terça-feira às 21h pelo canal Shirley & Deisê no youtube.


CRÉDITOS SHIRLEY & DEISÊ

Com: Maria Falkembach e Marina de Oliveira

Direção: Paulo Gaiger Montagem

Finalização: Cintia Langie e Ana Paula Ambrosano Ribeiro Roteiro

Dramaturgia: Paulo, Maria e Marina

Animação e Identidade Visual: Ana Paula Ambrosano Ribeiro/ Kevin Proença/ Victor de Souza

Comunicação/Divulgação: “o grupo”

Música tema: Leandro Maia

Referência de desenho das letras: Gonçalo Maia


sexta-feira, 13 de abril de 2018

LAMA - uma performance

Concepção e atuação de Maria Falkembach e Daniel Furtado

Como falar sobre a dificuldade ou a incapacidade do diálogo, o preconceito e a discriminação das pessoas por questões de gênero, cor, orientações sexuais, étnicas e outras, as várias formas de violência que sofremos no nosso dia-a-dia? LAMA – Uma performance traz para a cena uma discussão poética e política que é ao mesmo tempo o retrato do nosso tempo e do nosso país. Maria Falkembach e Daniel Furtado transitam entre textos, músicas e movimentos para realizar um espetáculo que vai do épico e do narrativo ao simbólico.

Atuando sem atravessamento de personagens, os atores/performers constroem diferentes cenas, onde é colocada a urgência por mudança de atitudes, a necessidade de se refletir sobre nossos comportamentos e ações cotidianas. A LAMA do título se refere tanto à lama no seu sentido concreto, aquela decorrente de uma barragem que há dois anos se rompeu em Mariana, Minas Gerais, e que devastou toda a bacia do Rio Doce, quanto aquela que, em sentido figurado, nos inunda e atropela cotidianamente. Para os criadores da Performance, “infelizmente a violação dos nossos direitos mais básicos, a violência daquele que não nos escuta, a intolerância, a LAMA que nos atropela, tem ocorrido com uma frequência cada vez mais assustadora no Brasil de hoje”.

Fotos: Josiane Franklin Corrêa.