Oi, Maria,
Nos meus estudos internéticos sobre o clown, encontrei um texto da Denise Stoklos que é pura Dramaturgia do Corpo.
Abaixo, um pequeno extrato, selecionado e grifado por mim.
“O gesto do performer corresponde a que ênfase deseja imprimir para distanciar-se do convite primordial dos corpos que é descansar na inércia, cair ao solo, juntar-se com a terra, parar. Nenhum gesto significará nada em si mesmo. A leitura será sobre a atitude do ator em relação a suas decisões sobre onde colocar seu corpo fora da força gravitacional que exige o não-gesto, a não-ação.
Todos os temas que encontrem no corpo do ator o empenho necessário para realizar seu esforço serão interessantes pontos de partida e de chegada.A matéria espaço é seu instrumento. O corpo é sua borracha do espaço pintado a crayon. Ele antes, apaga o espaço vazio com seu corpo. Toma lugar apagando o escuro. Ilumina com a tomada de posição de seu corpo naquele espaço antes ocupado pelo vazio.A voz entra no silêncio, como um apagador do silêncio, não como enunciação. O ator não é ativo. O espaço e o silêncio são ativos, ele é passivo entrando em ação. Isso lhe custa. A imposição é do escuro, da força gravitacional, do silêncio.Quando se empurra o chão, se está exercendo uma ação optativa, diferente do convite: o convite é para ceder ao chamamento da gravidade que estava ali antes e existirá depois da existência do performer. Sua única identidade é o percurso que ele desenhará ao discernir-se do chamamento imantado da terra. Sua tensão com o próprio eixo da terra é o fundamento de sua expressão corporal e oral, uma vez que sua oralidade estará se realizando também quanto ao esforço muscular de seu diafragma e não quanto ao desenho das palavras escritas cuja vida em cena não existirá sem o pessoal empenho, a pessoal opção da qualidade aplicada: ritmo, intensidade, harmonia, continuidade, ruptura, ângulo, círculo. Quanto custa a vida original do perfomer, a organicidade é o que comporá seu poema recitativo, sua coreografia, não o que já está escrito ou desenhado de antemão. A atualidade é seu barro.”
Nos meus estudos internéticos sobre o clown, encontrei um texto da Denise Stoklos que é pura Dramaturgia do Corpo.
Abaixo, um pequeno extrato, selecionado e grifado por mim.
“O gesto do performer corresponde a que ênfase deseja imprimir para distanciar-se do convite primordial dos corpos que é descansar na inércia, cair ao solo, juntar-se com a terra, parar. Nenhum gesto significará nada em si mesmo. A leitura será sobre a atitude do ator em relação a suas decisões sobre onde colocar seu corpo fora da força gravitacional que exige o não-gesto, a não-ação.
Todos os temas que encontrem no corpo do ator o empenho necessário para realizar seu esforço serão interessantes pontos de partida e de chegada.A matéria espaço é seu instrumento. O corpo é sua borracha do espaço pintado a crayon. Ele antes, apaga o espaço vazio com seu corpo. Toma lugar apagando o escuro. Ilumina com a tomada de posição de seu corpo naquele espaço antes ocupado pelo vazio.A voz entra no silêncio, como um apagador do silêncio, não como enunciação. O ator não é ativo. O espaço e o silêncio são ativos, ele é passivo entrando em ação. Isso lhe custa. A imposição é do escuro, da força gravitacional, do silêncio.Quando se empurra o chão, se está exercendo uma ação optativa, diferente do convite: o convite é para ceder ao chamamento da gravidade que estava ali antes e existirá depois da existência do performer. Sua única identidade é o percurso que ele desenhará ao discernir-se do chamamento imantado da terra. Sua tensão com o próprio eixo da terra é o fundamento de sua expressão corporal e oral, uma vez que sua oralidade estará se realizando também quanto ao esforço muscular de seu diafragma e não quanto ao desenho das palavras escritas cuja vida em cena não existirá sem o pessoal empenho, a pessoal opção da qualidade aplicada: ritmo, intensidade, harmonia, continuidade, ruptura, ângulo, círculo. Quanto custa a vida original do perfomer, a organicidade é o que comporá seu poema recitativo, sua coreografia, não o que já está escrito ou desenhado de antemão. A atualidade é seu barro.”
O texto completo está em: http://www.clowns.com.br/site/escritos2.php?id=5
Saudações saudáveis a seu joelho.
Um beijo,
Cao
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