terça-feira, 1 de abril de 2008

Um presente da Luci, pra nós

RETRATO DA DIVA ENQUANTO MUDA
Imitação: uma espera que ele volte da guerra, a outra espera que ele volte da rua; uma enreda entretece e destrabalha, a outra envermelha, envereda e entretém.

A ficção de Molly é ser Marion é ser Milly é ser Penélope é ser Nora é ser virgem é ser a própria odisséia numa flor encontradiça. Sim, floreios e umidades, assim é que a gibraltarina do canto inversão de sereia enganará a todos menos o marido. A todos, mas jamais a si. Eternamente fiel aos que lhe habitam Sim os minutos.

O por dentro o porventura: mãe primeira mãe de filho morto mãe do infinito mistério e nunca – o que é certo: esposa. Molly sangrando vermelhos brota em orgástico fluxo. Da consciência, fique claro. Cama mundo morada Sem pontos Meus pensamentos Sem medos Suas policromias. Eternamente infiel aos que lhe desabitam Sim vãos.

No fim, as frases. As sentenças todas. Uma palavra ruidosa uma palavra feminina. Um encantamento Eu uma flor da montanha Tu uma flor nos cabelos como Elas as garotas andaluzas usavam.

Fêmea molhada vinga desabrocha. Ei-la em sendo o mistério do corpo na floração os corpos que se desejar: sim fazendo o impossível do nunca voltar.

Luci Collin

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